O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira, 16, que a decisão de impor tarifas de até 50% sobre produtos importados do Brasil tem motivação política, em reação ao processo judicial movido contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante declarações feitas na Casa Branca, em reunião com o príncipe do Bahrein, Salman bin Hamad bin Isa Al Khalifa, Trump voltou a criticar a condução do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e expressou apoio ao ex-mandatário brasileiro.
Segundo o líder norte-americano, as tarifas aplicadas ao Brasil diferem das estabelecidas para outros países. “A carta diz que você vai pagar 30%, 35%, 25%, 20%… em um caso 50% para o Brasil, por causa do que eles estão fazendo ao ex-presidente deles [Bolsonaro], é vergonhoso”, afirmou.
Trump classificou a situação de Bolsonaro como “uma desgraça” e reforçou que sua decisão de taxar mais severamente as importações brasileiras está ligada diretamente ao que considera uma perseguição política.
Trump reafirma apoio a Bolsonaro e critica julgamento no Brasil - “Conheço o ex-presidente e ele lutou muito pelo povo brasileiro, isso posso te dizer”, declarou o presidente norte-americano. “Acredito que ele é um homem honesto e acredito que o que estão fazendo com ele é terrível.”
As falas foram feitas depois da apresentação, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, das alegações finais no processo que acusa Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado. A acusação inclui, além do ex-presidente, outros sete investigados, entre eles ex-ministros e ex-militares. O julgamento está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no STF.
O presidente dos EUA também negou vínculo pessoal com Bolsonaro, mas destacou seu reconhecimento político. “Ele não é como um amigo meu, ele é alguém que conheço, e o conheço como um representante de milhões de pessoas”, disse. “Ele ama o país e lutou muito por essas pessoas, e querem colocá-lo na prisão.”
Em nota formal enviada à Casa Branca, o governo brasileiro expressou “indignação” pela medida tarifária. A manifestação foi feita depois da oficialização, no dia 9 de julho, do chamado “tarifaço” sobre produtos brasileiros, cuja entrada em vigor está prevista para 1º de agosto. (Com informações da Revista Oeste)