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Oposição acusa prefeito de Diadema de dar o 'Golpe do Hospital' para tentar se reeleger pela quinta vez
Cidades
Publicado em 28/06/2024

A campanha eleitoral em Diadema neste ano de 2024 promete ser tudo, menos tediosa. 

Haja vista o número de pedidos de esclarecimentos que os vereadores encaminham à prefeitura e cuja a maioria, segundo eles, nem ao menos são respondidos.

Agora quando o assunto é a construção do 'novo hospital' da cidade, menina dos olhos do prefeito José de Filippi Jr. em seu quarto mandato, as informações são mais nebulosas que um céu em dia de chuva forte.

Segundo o jornal Diário do Grande ABC, "a prefeitura de Diadema omite informações sobre empresa responsável pela construção do novo Hospital Municipal da cidade. Não há dados sobre o processo licitatório do empreendimento no Diário Oficial Eletrônico e nos canais oficiais de divulgação da administração". Questionado pelo periódico, "a prefeitura simplesmente se cala".

As obras começaram há quase um mês, com a demolição da atual sede da prefeitura, onde o novo equipamento de saúde deve ser erguido, acrescenta o Diário. Entretanto, dados do edital e homologação da vencedora do certame não foram apresentados. 

"A falta de transparência por parte do governo levanta questionamentos sobre a lisura do processo", avalia o jornal.

Onde fica:

O custo do projeto está avaliado em R$ 320 milhões, sendo R$ 298 milhões do governo federal. A previsão é que a nova unidade hospitalar esteja pronta em três anos. O prédio terá 12 andares e 225 leitos, segundo a administração municipal atual.

A oposição na Câmara Municipal cobra insistentemente clareza nesses processos de licitação, mas não foi atendida até o momento. Além disso, também estranha tamanho interesse em iniciar logo a obra: "O prefeito Fillipi é 'audacioso'. Ele está prometendo fazer um novo hospital", ironiza Reinaldo Meira, vereador do Solidariedade.

"Só que antes de assumir a prefeitura, ele era contra, dizia que não tinha de fazer hospital coisa nenhuma. O que tinha de ser feito era melhorar a atendimento dos centros hospitalares que já existem em Diadema, coisa aliás, que ele não fez em três anos e meio de gestão. E....de repente... quando toma posse, muda de ideia. E os hospitais que têm, não tem remédio, não tem equipamento para exames, nem médicos em números suficiente. O que o prefeito quer fazer é enganar o povo. Isto é estelionato eleitoral", sentencia o parlamentar. "Mas o povo não é bobo, o povo não é trouxa como ele acha que é e não aceita mais este tipo de enganação", continua Meira. "Enquanto ele fica derrubando prédio da prefeitura para construir um hospital fantasma, a população que mora no Jardim Takebe, no Canhema, no Jardim das Nações, no Taboão tem que recorrer às UPAS de São Bernardo em caso de emergência porque na região deles não tem o atendimento adequado", conclui Meira.

Clique na imagem e siga Reinaldo Meira

"Que fim levou o gabinete do prefeito?" - Essa foi a pergunta formulada pelo vereador Eduardo Minas (Progressistas), vice-presidente da Câmara Municipal de Diadema, em sua participação na tribuna daquela casa na última quinta-feira: "O prefeito Fillipi está tão preocupado com suas ações eleitoreiras que não hesitou em derrubar o seu próprio gabinete", responde retoricamente o edil. "O prefeito está se tornando escravo de suas próprias palavras e de suas promessas não cumpridas. A única que ele conseguiu cumprir foi a criação da Taxa do Lixo, aprovada por seus aliados nessa casa na Calada da Noite. Mas onde está o terminal que ele iria construir? E as famigeradas catracas que ele iria tirar de dentro dos terminais da EMTU?", questiona Minas.

"Agora o prefeito de Diadema vem com o 'Golpe do Hospital'. E pra isso, ele foi capaz de mandar derrubar o prédio onde funcionava o comando do executivo municipal em uma obra eleitoreira. Foi simplesmente ridícula aquela ação de contagem regressiva, criando uma expectativa daquilo que nem tem conta. Isto é irresponsabilidade de uma administração que nem ao menos publicou um edital de licitação da empresa que vai erguer o tal hospital", critica ele. "Obra eleitoreira de um prefeito que tem à sua disposição 2 milhões de reais por dia para gastar apenas com a saúde. Só que ele gasta mal.", conclui o vereador.

Clique na imagem e siga Eduardo Minas

O hospital é para a cidade - Em defesa do prefeito Fillipi Jr., o vereador Josa Queiroz (PT), líder do governo na câmara, subiu à tribuna para esclarecer sobre a construção da nova unidade hospitalar. Ele afirma que o hospital não é para o atual nem o futuro governo, seja lá quem for eleito: "Esse hospital é para a cidade, o morador de Diadema. É para quem precisa de um atendimento médico digno do nome, que atenda as necessidades da população. Há muitos anos que o Hospital Municipal de Piraporinha está saturado, tem mais de 50 anos, está obsoleto e ultrapassado. E ele chegou em seu limite físico. A construção de um novo hospital é uma necessidade para o nosso município", justifica o parlamentar, sem explicar porque o gigantesco Quarteirão da Saúde, tão criticado por seus usuários por proporcionar péssimo atendimento à população, não poderia ser reformado e adaptado para ser transformado no principal hospital de "portas abertas" da cidade, tal qual acontece com o cinquentenário HMU.

"O procedimento de licitações tem de cumprir algumas regras. Aquela obra vai ser custeada pela Caixa Econômica Federal, por meio de duas operações.A prefeitura contrata, licita e repassa 90% do valor. O município tem que apresentar análise e projetos prévios para que a Caixa possa analisar e autorizar a abertura do processo de licitação. Ou não é assim que funciona?", explica Josa, sem esclarecer mais uma vez por que os demais vereadores não tiveram acesso a essa documentação ou por que a prefeitura não quis explicar isso ao Diário do Grande ABC quando consultada.  

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