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Interferência política, dividendos e reunião de Lula com Prates mexem com ações da Petrobras
Economia
Publicado em 11/03/2024

As ações da Petrobras operam com volatilidade nesta segunda-feira, depois do enorme tombo registrado na sexta-feira, 8, em meio aos ruídos provocados pela decisão da empresa de não distribuir dividendos extraordinários, como era esperado pelo mercado.

Há uma expectativa também relacionada a uma reunião entre o presidente da estatal, Jean Paul Prates, com o presidente Lula, em Brasília, às 15 horas.

Os investidores há tempos vêm manifestando temor pela ingerência política na empresa, que vem derrubando seu valor de mercado.

Nesta manhã, os papéis da empresa abriram em queda em torno de 2%. 

Mas, no início da tarde, às 12h15 os papéis preferenciais viraram e subiam 2,05%. Na sexta-feira, as ações fecharam em queda de 10,5%, o que significou uma perda de valor de mercado de R$ 55 bilhões em apenas um dia.

O pano de fundo para o desempenho foi a decisão da companhia de não distribuir dividendos extraordinários avaliados em R$ 43,9 bilhões, o que provocou um enorme ruído no mercado. 

A decisão de reter os recursos foi uma orientação do próprio governo, como demonstra a decisão, dividida, do conselho de administração. 

Votaram contra a distribuição cinco conselheiros indicados pelo governo e a representante dos trabalhadores. 

Os quatro representantes de acionistas minoritários votaram a favor da distribuição de 100%.

Segundo Prates, inicialmente, a diretoria da estatal propôs 50% dos dividendos extraordinários para reserva e 50% para pagamento agora. 

Mas, diante da resistência dos representantes do governo, ele se absteve de votar na reunião. “Essa novela (dos dividendos) continua, não acabou.”

Os diretores da empresa fizeram questão de dizer, ao longo da sexta-feira, que, mesmo sendo retido, esse dinheiro acabará voltando para o bolso dos acionistas, já que não pode ser usado para outra coisa - como investimento ou pagamento de dívida.

Mas, no mercado, mais uma demonstração de ingerência política na empresa acabou pesando. 

O presidente Lula tem dado mostras ininterruptas de que pretende usar as empresas estatais diretamente dentro do seu plano de governo - mesmo sendo, no caso da Petrobras, uma empresa aberta, com ações em bolsa e sócios minoritários. 

“O que nós queremos é o seguinte: as empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É só isso que nós queremos”, disse Lula recentemente, em entrevista à RedeTV.

(Fonte: Estadão Conteúdo)

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