O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a redução na taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, anunciada na quarta-feira 2.
Desde que Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, aliados e o próprio presidente têm centrado fogo em Roberto Campos Neto, chefe do Banco Central (BC).
Até então, os petistas culpavam Campos Neto pela atual taxa de juros e pressionavam o Comitê de Política Monetária (Copom) por uma redução forçada nos juros.
Segundo Haddad, Campos Neto adotou um voto técnico. “Eu tenho certeza, até por conhecê-lo há oito meses, que o presidente do BC votou com aquilo que ele conhece de economia. É um voto técnico, calibrado, à luz de tudo o que ele conhece da realidade do país. Eu tenho convicção”, disse ainda ontem.
Lula destoa de Haddad - Horas antes de o Copom iniciar a votação para definir a taxa de juros, o presidente Lula voltou a atacar o diretor do Banco Central.
Na manhã de ontem, o petista se referiu a Campos Neto como “esse rapaz” e disse que o dirigente não entende o país, além de não atender aos interesses do povo.
Ainda assim, Fernando Haddad acredita que tudo isso faz parte de “divergências” públicas e que são resultado da livre manifestação em uma democracia.
“Comemoração” dura pouco - A comemoração de Haddad não durou muito. Nesta quinta-feira, 3, a equipe do ministro já volta a atenção a outro problema que o governo precisa enfrentar.
O ministério tenta “achar” R$ 130 bilhões em recursos novos para cumprir a promessa de zerar o déficit primário em 2024. As receitas adicionais precisam constar na proposta de Orçamento para o ano que vem, que deve ser enviada ao Congresso.
O governo espera a aprovação de mudanças na legislação que tramitam no Parlamento para ajudar a “recompor” o caixa, no entanto algumas delas ainda não foram apresentadas formalmente.
O ministro aposta no projeto de lei que devolve ao governo o voto de desempate em disputas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A proposta já foi aprovada na Câmara e agora será examinada no Senado. Com ela, o governo espera engordar a arrecadação entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. (Fonte: Revista Oeste)