O recente aumento nas tarifas de importação dos Estados Unidos está provocando um verdadeiro abalo nas relações comerciais com o Brasil. Setores como o agronegócio e a indústria química foram os primeiros a sentir os impactos da medida. “Perdemos contratos importantes com clientes americanos que agora buscam alternativas mais baratas”, afirma Júlio Martins, gerente de exportação de uma empresa de fertilizantes em São Paulo.

Empresas brasileiras enfrentam dificuldades para readequar seus preços e manter a competitividade frente às novas exigências do mercado norte-americano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) declarou que “a medida compromete o crescimento de setores estratégicos e deve ter reflexos na balança comercial já no próximo trimestre”. O Ministério da Economia acompanha o caso e estuda possíveis acordos bilaterais como forma de conter os prejuízos.

Apesar do clima de incerteza, analistas apontam que o cenário pode incentivar a diversificação de mercados e acelerar parcerias com países da Ásia e América Latina. Segundo a economista Ana Lúcia Torres, “a crise comercial, embora negativa, pode servir de impulso para fortalecer o comércio regional e ampliar a presença brasileira em novos blocos econômicos”.