Ricardo Cecílio, Co-fundador da Nevol
A transformação digital impulsionada pela Indústria 4.0 vem remodelando de forma significativa a maneira como fábricas, usinas e outros empreendimentos gerenciam seus processos. Dentro desse contexto, a adoção de modelos Generative Pre-trained Transformer (GPT) desponta como uma inovação marcante, permitindo que empresas integrem dados de diferentes naturezas — numéricos, textuais e contextuais — para aprimorar a tomada de decisão, reduzir custos e aumentar a eficiência operacional. No entanto, a incorporação dessa tecnologia exige uma abordagem abrangente, que envolva expertise em Inteligência Artificial (IA), infraestrutura de processamento, políticas de segurança cibernética e, principalmente, suporte especializado para adaptação organizacional.

A Indústria 4.0 abrange um conjunto de tecnologias que visam automatizar, digitalizar e otimizar processos produtivos, englobando desde sensores IoT (Internet das Coisas) até sistemas avançados de robótica e análise de dados em larga escala (Big Data). Embora a capacidade de coleta de dados tenha crescido exponencialmente, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades na interpretação e correlação das informações disponíveis. Nesse cenário, surgem os modelos de aprendizado profundo, que se diferenciam por compreender tanto dados numéricos quanto documentos textuais, relatórios técnicos, históricos de manutenção e até feedback de clientes.
Relatórios da McKinsey & Company estimam que aproximadamente 30% a 40% dos dados coletados em ambientes industriais acabam subutilizados ou sequer analisados de forma eficiente. É aí que esses modelos de IA se destacam, pois contam com arquiteturas de rede neural do tipo transformer capazes de atribuir atenção a palavras, expressões e contextos, mapeando correlações anteriormente invisíveis para algoritmos tradicionais de Machine Learning.