Os moradores e comerciantes de Diadema estão vivendo atualmente uma situação bizarra, no mínimo. Com vários supermercados pequenos e de grandes redes, cinco atacarejos - três dos quais do grupo francês Carrefour - e um cem números de estabelecimentos que comercializam alimentos e produtos de higiene, limpeza e afins, o município da grande São Paulo há quase seis meses não possui sequer um único supermercado no Centro da cidade.
Os moradores chegam a ficar indignados porque nas redondezas e em até bairros distantes, o comércio varejista é, de certa forma, bem distribuído, fazendo com que os moradores desses locais evitem ir ao centro para fazer compras, se não for absolutamente necessário.
Porém, seus vizinhos do Centro, Jardim Diadema, Jardim Rosinha, Vila Mulford e arredores, são obrigados a se deslocar até o Atacadão ou Public na divisa com a Avenida Cupecê, ou até o Riccoy na Avenida Conceição, ou ainda a outra unidade do Atacadão da Vila Alice, há mais de dois quilômetros de distância.
O problema é que para chegar a esses locais é preciso ir de transporte coletivo ou mesmo de automóvel, já que nem sempre é praticável se ir a pé como acontecia nos tempos em que hipermercado Extra - que funcionava em frente à Igreja Matriz da cidade - ainda estava em funcionamento até junho deste ano. "Era uma porcaria de supermercado, era careiro, mas pelo menos o básico - arroz, feijão, óleo, mistura - a gente comprava aqui que era mais prático. E de vez em quando até tinha boas promoções pelo aplicativo", lembra o senhor Simão Duarte, morador da Rua das Pérolas, próximo ao terminal de ônibus da região.
"Se já não estava muito bom, agora ficou pior. Quando eu ia lá comprar alguma coisa, sempre acabava passando em uma outra loja, na casa do norte, na sorveteria e até na papelaria pra comprar alguma coisa que eu precisava pra casa. Hoje em dia, como eu vou direto pra algum supermercado fora do bairro, eu compro por ali mesmo. É o jeito", reclama Duarte.
Promessas da Coop: dá para confiar? - Desde que a unidade do Extra fora fechada em julho deste ano, a Coop anunciou que assumiria o imóvel da Praça Lauro Michels e instalaria uma nova unidade em Diadema. Seria a segunda na cidade, sendo que a primeira funciona há pouco mais de 20 anos na Avenida Sete de Setembro, no Parque Real, próximo ao Fórum.
Entretanto não deu nenhum prazo para abertura da nova loja, o que fez muita gente pensar que na época não demoraria muito para acontecer.
Consultada pela reportagem da Rádio Cena 10, a empresa informou que o novo supermercado seria inaugurado "até o fim do ano", o que causa descrença de quem vive no centro: "já estamos no fim do ano e continuamos sem supermercado aqui perto da gente. Será que dá pra confiar neles?", questiona uma moradora ao ser informada da intenção da rede varejista. "Fiquei sabendo que eles vão inagurar uma unidade nova em Santo André. Mas, poxa, a gente também precisa deles aqui!!! Já que prometeu, cumpra a promessa, se não a gente vai se acostumar a comprar fora daqui e vai perder o hábito de comprar aqui perto. É isso que eles querem?", cobrou a entrevistada.
Fechado em julho deste ano, ainda não se sabe o que será feito do imóvel que há quase 50 anos abrigou o supermercado Barateiro e depois o Extra; Rede Coop promete inaugurar uma nova unidade até o fim de dezembro (foto: redes sociais)